AONDE VAMOS PARAR?
Adriana Vieira Bastos
 
 

Se olharmos o que anda aprontando parte considerável de nossos representantes políticos (responsáveis pelo rumo do país), diria que o cenário não é nada animador. Entra governo, sai governo, mudam-se os parlamentares, vereadores, demais cargos de confiança, e as denúncias de corrupção, conchavos, falcatruas, etc., continuam pipocando por todos os lados. E como sempre, vencem os mais "espertinhos".

Se desviarmos o olhar para a sociedade, vamos ver que a coisa não melhora muito. Vivemos na cultura do egocentrismo, individualismo. A esperteza é vista como atributo. Os fins justificam os meios.

E se não bastasse, não é diferente na família. Justo ela que deveria ser a primeira e a maior responsável pela formação do ser humano. Do cidadão.

Já ouvi de muitos filhos considerados politicamente corretos, que se fossem esperar ter na família o estímulo para seus comportamentos ilibados, teriam desistido. Afinal, quanto mais fazem, mais são exigidos, enquanto os irmãos problemáticos, espertinhos, levianos, acabam sendo os mais privilegiados, pois, de acordo com os pais, são os que precisam mais.

E com isto, vemos ampliar o sentimento negativo disseminado entre grande parte da população, que começa a questionar sobre valer ou não a pena agir dentro dos princípios da ética, moral e bons costumes.
Ressentimentos à parte, e justos, por sinal, é bom que o cidadão tenha a compreensão do porque fazer parceria com determinadas situações. Qual o motivo destas e outras realidades cruéis conseguirem balançar tão facilmente a crença individual?.

Se o cidadão age corretamente apenas porque lhe é imposto este comportamento, o primeiro desestímulo será suficiente para ele mandar tudo às favas e passar a agir do jeito que realmente gostaria, ou que aparentasse ser mais conveniente ou fácil.

Se o cidadão age esperando o reconhecimento e palmas por suas ações, corre também o sério risco de abandonar rapidinho suas convicções. Afinal, vivemos num mundo em que as pessoas estão tão voltadas para seus próprios umbigos, que dificilmente terão tempo de observar algo mais a sua volta.

Se o cidadão age corretamente, por covardia, também é um fortíssimo candidato a escorregar no meio do caminho, pois bastará a ele alguma garantia de que possa se dar bem, para, quem sabe, mudar de lado.

É bom reconhecer que o ser humano só segue ou vai atrás de algo em que acredita ou passa a acreditar. Nunca vi ninguém rasgando dinheiro somente porque outro rasga.

Agora, se o cidadão age corretamente porque realmente acredita neste principio de vida e principalmente acredita que este princípio lhe faz bem, pode o mundo cair sobre a sua cabeça que ele não arredará o pé do seu caminho.

Diante desta realidade só podemos concluir da importância de rever os conceitos individuais, pois eles são os verdadeiros passaportes responsáveis pelas transformações sociais, sejam elas positivas ou negativas.

Daí um bom motivo para o cidadão parar, olhar dentro de si e descobrir o que anda querendo para a sua própria vida. Afinal, só vamos parar aonde permitirmos que nos levem...

 
 

fale com a autora