INSÔNIA
Hermann Teixeira Ribeiro
 
 

Ouço o movimento do ponteiro do relógio de parede
vou à cozinha em busca de água para matar a sede,
o barulho do poucos veículos que circulam pelas ruas
me fazem sair à varanda sob a luz da lua.

Observo as pessoas que caminham solitárias pela noite
o vento frio do inverno é para elas como um açoite,
apressam seus passos com destino as suas casas
quando a noite mal começou abrindo sobre nós suas longas asas.

É nessa escuridão que o pássaro noturno repousa
sobre um telhado, indiferente a tudo e a qualquer cousa,
é nessa escuridão que meus olhos procuram se manter
retorno para dentro a fim de me aquecer.

A espera pelo amanhecer torna-se angustiante
cada segundo e minuto, cada momento e instante,
são como que multiplicados por um milhão, fazendo
com que me aquiete, cansado, entregue a solidão.

 
 
fale com o autor