SONHOS
Edson Campolina

Sonhava o astuto menino
Ser o próprio outono.
Despia as copas sorrindo
Precavendo inverno medonho.
Esconderia sombras no frio
Pro sol aquecer seu caminho.

Sonhava a terna menina
Ser a doce primavera.
Vestia-se de sedas finas
C’as cores mais diversas.
Aguava perfume na brisa
De flores no caminho nascidas.

Sonhava o jovem robusto
Ser o vento zumbindo.
Esculpia rostos nas pedras
Donde ouvia assobios.
Pastoreava nuvens de vapores
Polinizando seus caminhos.

Sonhava a jovem donzela
Ser a chuva divina.
Apagava mazelas da sorte
Fecundando terra abatida.
Nos seus veios curvilíneos
Escorriam-se seus desatinos.

Sonhava o sábio senhor
Ser o vistoso mar.
Guardava nas águas profundas
Brandura da terra e do ar.
Suas ondas temperavam vidaS
Das gentes de lá e de cá.

Embalava o sono de todos
Senhora de rara beleza,
Abrandando corações pedregosos
Era a velha mãe natureza.
Invadira os sonos dos povos
Mostrando a sua grandeza.

fale com o autor