CRÔNICA NÚMERO 13
Osvaldo Pastorelli
 
 

Muito já se disse da palavra...

Nela está contido um mundo de imagem que sobreposta lado a lado, nos desvenda as surreais situações quase sempre praticáveis.

Sua integridade se faz presente nos espaços preenchidos de abstratas imagens que o poeta delineia tão bem no poema.

Gosto da palavra, apesar da dificuldade em empregá-la corretamente e com liberdade, mesmo que venha me ferir acidamente.

É um mundo de mistérios e resvalos perigosos que leva ao suicídio poético da palavra.

Há momentos que ela pede explicação, mas como explicar o que se escreve e o que se deseja expressar?

É necessário dosar com condimento sensível seu poder e não se enveredar na futilidade dos seus encantos.

O desavisado cujo poder de percepção é limitado, poucas vezes seu sentido será captado, tanto o comum como o incomum, e se perde na total liberdade de escolha de sentir o som ou o vazio da palavra.

O desafortunado não investiga, não porque talvez não queira, mas por não ser hábito de um direcionamento perspicaz dos mistérios que habitam na palavra.

Talvez tenha ele um coração duro e se perde na beleza dos dias e noites prenhes de sóis.

Há na palavra um oferecimento de tempo e espaço pra que se liberte as mudas potências em meio as palavras que noz conduz à senti-las.

(Crônica inspirada no poema: "leituras", de Adair Carvalhais Júnior, postado numa Quarta-feira, 18 de agosto de 1.999, às 22:34)

 
 

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