PONTO DE ENCONTRO
Marsal Sanches

 
 
A placa havia sido o que primeiro vira ao descer do ônibus. Ponto de encontro. Nove horas de viajem, de Vale Verde até São Paulo. O terminal rodoviário fervilhava àquela hora. Uma senhora baixa e gorda, carregando um pacote que parecia ter o dobro de seu tamanho, esbarrou nele e quase o derrubou. Não pediu desculpas. Mas, para passar o Natal com Madrinha, qualquer sacrifício era válido.

Ponto de encontro. A seta indicava a direita. Mas Madrinha lhe havia dito para, após descer do ônibus, ir em frente. Para não se desviar do caminho. Para ir até o final do longo corredor que se iniciava junto ao portão de desembarque.

Ponto de encontro.

-Não se desvie, menino! E não fale com estranhos. Estarei te esperando no final do corredor.

Sem dúvida, Madrinha havia mudado de idéia. E fôra muito bondosa em mandar colocar uma placa indicando onde estaria. Indicando o ponto de encontro.

Decidido, seguiu o corredor da direita. Aquele indicado pela placa.

 
 

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