MÃE-TERRA
Elaine Brunialti
 
 

Se eu pudesse pedir algo a você, que agora lê estas inúteis palavras, pediria um pouco de sua piedade ao mundo, à natureza, à Terra.

Piedade a esta Mãe bondosa, farta e amável.

Piedade não em seu sentido de compaixão, mas em seu sentido de amor e respeito a esta que não te recusa abrigo, alimento e proteção e a quem tanto e por tanto tempo maltratamos.

Sei que muitos escrevem, escreveram e escreverão (se tiverem tempo) sobre o quão importante é preservar esse nosso planeta, seu eco-sistema, sua vida.

Sei também que de nada adianta, adiantou e adiantará, ainda assim, tentarei.

Mesmo sabendo que somos seres egocêntricos e irresponsáveis, não nos responsabilizando por nossos atos de puro vandalismo, terrorismo e maldade explícitos, para com essa nossa grande morada.

Pensando bem, eu classifico a todos nós, seres civilizados (!), como grandes vermes nocivos, com imensa capacidade de reprodução e dotados de grande poder de destruição, o que torna vã a luta para chamada de consciência daqueles poucos que tentam, inutilmente, salvar esse nosso planeta que um dia foi azul.Não me iludo e me excluo destes poucos salvadores.

Sei que faço parte da maioria absoluta que cospe no prato em que come. Afinal quero meu carro na garagem, uso roupas sintéticas, amo consumir e consumir.

Assim amigos, neste meu breve momento de lucidez, peço um pouco de sua piedade e atenção para esta Terra que nos acolhe a pedido de Deus (que certamente já se arrependeu a muito tempo dessa criação que chamou homem).

Afinal, se refletirmos um pouco nos últimos recadinhos que a natureza tem nos dado veremos que nosso lindo planeta Terra certamente já anda com o saco bastante cheio desses incômodos inquilinos que abriga.

Que a qualquer hora dessas, com a devida anuência do Criador, irá nos enviar definitivamente para os quintos dos infernos.

Isto é, se o diabo nos aceitar.

 
 

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