A CARTA NUNCA LIDA
Lisandra Gomes Coelho
 
 

Céu de Nova York, 11 de Setembro, 2001

Caros amigos,

Postarei esta carta tão logo desça do avião em New York. Minha primeira viagem aérea está quase chegando ao fim. Mal posso crer que, depois de tudo pelo que passei, tenho a oportunidade de mudar de vida nesta bela megalópole. Estou ansioso, devo sentir o chão desta terra sob meus pés dentro de muito pouco tempo.

Sinto-me em transe. Sequer consigo assimilar o que está ocorrendo à minha volta: as comissárias, os demais passageiros... as mensagens do piloto para nós... nada vejo ou escuto.

Nunca imaginei que fosse me sentir tão confortável e tranqüilo em minha primeira viagem de avião. Estou sonhando acordado. Confesso que cheguei a pensar que não seria capaz de embarcar, tamanho o medo do desconhecido, mas uma vez dentro da aeronave, foi como se nada mais tivesse importância: só pensava na hora de chegar à Big Apple.

Está havendo, parece, um pequeno tumulto por aqui, o piloto acabou de passar uma mensagem confusa, em seguida, acho que o co-piloto, alguém de voz e sotaque diferente passou uma nova mensagem e as comissárias estão andando de um lado pro outro, mas estou tão "away" pela minha experiência que
 
 
fale com a autora