, E .
Edison Veiga Junior
 
 

Vírgula no meio, ponto no final da frase. Era sempre assim. Às vezes, ela aparecia, sumia, tornava a aparecer. Noutras era só ele. Soberano. Repetitivo. Renitente. Ela era a mulher, alongava a conversa, fazia uma pausa sutil, quase sensual. Ele, o homem. Seco. Ríspido. Forte.

Quando se encontraram, por um acidente de gramática ou uma dobra da língua portuguesa, o ponto jogou a vírgula na cama, despiu-a e logo partiu para cima. Ela cedeu. Amaram-se, armaram-se; criou-se um novo problema na cabeça dos escritores: por que ponto e vírgula, meu Deus?