LIÇÕES APRISIONADAS
Leila de Barros
 
 

Vez por outra
Carrego em mim
Sentimentos de papel arroz
Descobertos...
Pássaros sem plumagem

Vestígios leves e sem rumo
De uma vontade leiga
Um dar de ombros
Buscando torres de sal
Algo que não esvaeça

Assisto sem controle remoto
Pessoas caiando a alma
Descascando o verniz
Procurando molduras
Desencaixando-se

Entro e saio de metrôs
Elaboro conjecturas
Que formam telas bordadas
Não há sinais de almas
Hordas desfilam nuas

Sigo engolindo em seco
Derretendo as salinas
Derretendo minha alma
Caiada e leve
Aprisionando lições