REALIDADE BÁRBARA
Andrea Natali
 
 

Bárbaros são aqueles que sobrevivem no dia-a-dia, na luta por comida, por trabalho, por emprego, por moradia. Pessoas que não medem esforços, buscam forças do impossível e sobrevivem com um salário mínimo, alimentando seis bocas ou mais.

Em épocas distantes, os bárbaros foram os heróis que ganharam fama com sangue, luta, dor, degolando outrem. Nos momentos atuais, os bárbaros passam fome, pedem esmola, vivem de subemprego, vendem seu próprio corpo por um prato de comida.

Lutamos como todos os heróis, como os bárbaros de ontem, nos mesmos moldes: na inveja, na cobiça e na ganância. Mas talvez nosso mundo não faça parte dos bárbaros de hoje, porque não o conhecemos profundamente, apenas lamentamos a situação de pobreza, miséria e calamidade em que vivem.

Somos bárbaros. Todos somos e seremos. Cada pessoa tem seu ato de glória, seu momento de condecoração, de acordo com a vida que leva. Porém, os mais pobres, os mais humildes são muito mais bárbaros que nós, pois driblam as balburdias da vida com sorrisos sem dentes.