SETE DORES
Rosi Luna
 
 

sete minutos para às sete, de um ano dois mil e sete,
tanta prova do sete, noves fora.
onde estava para receber tantos foras?

sete notas no piano do ré mi fa sol la si de uma cantata
era mesmo uma cantada que nunca funcionava e a música tocava.
quem tocava uma sonata de sorvete sabor nata?

sete pétalas da tatuagem de margarida, as mãos na sétima vértebra
de um corpo cheio de ondulação, o sangue pulsando quente.
onde estava minha coagulação cheia de emoção?

sete bárbaros lutando por um amor cheio de aros,
pulando círculos, galgando pedras.
que viu por onde anda fedra?

sete línguas de idiomas português, francês,
chinês, japonês,norueguês, irlandês, holandês para falar de amor.
onde estava a língua para amar no céu da boca?

sete anos de espera,
a vida girando na esfera, preciso de ar.
onde estava a atmosfera?

sete canivetes para arrancar uma paixão do peito,
cortar as vias de expressão suaves de flor copo de leite.
como esquecer o corpo branco como leite?

sete dissabores diluidos em rancores,
um brinde com licores e dores.
onde estão os meus amores?