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BIOGRAFIA
11. ZUMBI ZURETA, zzzZZZzzzZZZzzzZZZzzzZZZ
Edison Veiga

O pobreta, pobre poeta, acordou com elefantíase semântica. Para que isso jamais tornasse a se repetir, decidiu nem mais dormir nunca. Virou zumbi zureta.

- Tenho uma faca inutensílio para socorrear a você.

- E eu, uma espada multicolorida de hipnotizar.

- Então vamos falar de fotografia, porque adoro fotografar pensamentos. Pena, nem sempre eles se me revelam; por isso tenho preferido às vezes fotografar sentimentos e sabores.

- Você terapia ao rodopiar ou prefere tergiversar-me? Eu, verso.

- Na delícia de alimentar um balé de palavras, olvido os álibis para eleger sensações.

- Hum-hum.

- Nem-hum, nem-houtro. São sabor amora, porque sonoram maior.

- Preciso beber ao som de jazz. Lendo Neruda a dois. Enlouquecendo pétala-borboleta.

Zumbi, zureta, pobreta conversava consigo. Era pergunta e era resposta. Unívoco. Uníssono. Unílogo.

- Saudades de ser pedra. No sapato.

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