Tema 189 - ANGÚSTIA
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TERRA MALDITA
Zeca São Bernardo

A faca eu afio na pedra,
Para um revolver tenho muitas balas.
Meus olhos brilham,
Brilham com as chamas do ódio,
Ódio que devora minha alma.
Minha mente é consumida por,
Receitas e fórmulas amargas de venenos,
Toxinas, poções que entorpecem e,
Consomem a quem poucas gotas de,
Minha poesia sorver em seus lábios.

A faca eu afio na pedra,
A pedra eu a encontro na rua.
Faço da carne de meu inimigo,
Uma bainha para a faca.
Da pedra eu faço travesseiro,
De minha consciência e de meu coração...
...já não me lembro mais.

Maldita terra esta,
Onde as víboras prosperam e,
Brotam de todos os cantos.
Onde o chacal afia as garras em crânios,
Enquanto, limpa-se do sangue dos ossos.
Humanos desejos.
Mostra os dentes para o próprio vento,
A espreita de abocanhar algo ou alguém.

Onde sofrimentos, são escorpiões.
Cheios de dor e remorso.
Perfeitamente aninhados em minhas mãos.
Onde o desespero é o meu sol,
E meu céu é a agonia da impotência.
Todas as sombras seguem para caminhos contrários,
Das almas abatidas.

Onde a chuva que cai das nuvens cinzas,
São só lagrimas.
Estranha e maldita terra esta...do meu coração.

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